Cidade Ativa

Quem é mãe e pai (ou&nbsp; tia, tio, avó, avô, irmã,&nbsp; familiar, cuidadora) , sabe: os primeiros passinhos&nbsp; dos bebês representam uma grande vitória.&nbsp; Definitivamente para a criança, mas também para todas as pessoas envolvidas no seu cuidado.&nbsp; A partir desse momento, um mundo de possibilidades se abre. Inspiramos profundamente, sentindo entusiasmo, gratidão… e já na expiração sai um ar demorado, que mistura uma sensação de desconforto, ansiedade… E um pouco de medo.&nbsp;

Ao mesmo tempo em que nós, adultos e crianças, ganhamos confiança e algo de autonomia, percebemos que o ambiente ao nosso redor é menos amigável do que podíamos lembrar. Havíamos esquecido que as tomadas estão ali, a trinta centímetros do chão; que as quinas das mesas são pontiagudas; que as gavetas e armários estão cheios de objetos pontiagudos. E agora? Recebemos várias dicas de pediatras e de outras famílias sobre como adaptar nossas casas para nossos pequenos exploradores. Mas, ao sair pela porta, reparamos também que as calçadas são estreitas e esburacadas, que faltam faixas de pedestres, que as ruas são mal iluminadas, que a velocidade dos carros&nbsp; é altíssima comparada com a velocidade dos passinhos das nossas crianças. Então, quem fica responsável por “adaptar” todos os outros lugares que queremos desbravar,&nbsp; quem cuida das nossas cidades para que elas possam acolher os novos movimentos das crianças?&nbsp; A responsabilidade do cuidado passa a ganhar um território muito maior a cada passo que a criança dá.

Não pode sair na rua sozinha!Não corre! Não senta! Não encosta!Não pode atravessar sozinho, tem que dar a mão!Não mexa aí, é sujo!Não, sai já daí, é perigoso!

Não, não, não…Para as famílias, sair de casa é um enorme desafio: a curiosidade dos pequenos é inversamente proporcional ao sentimento de segurança de suas cuidadoras e cuidadores, o que gera uma enorme frustração para ambas partes. Se, por um lado, queremos apoiar as descobertas, incentivar esse movimento em direção a maior autonomia e independência das crianças pequenas, por outro lado nos sentimos impotentes, defraudadas. Conscientes ou não, vamos registrando o meio urbano como um espaço antinatural para as crianças, com tantas limitações que impomos – ou que, na realidade,&nbsp; nos são impostas.&nbsp;

Como mães, pais e cuidadores estamos acostumados a medir, avaliar e gerenciar riscos, ponderando quando vale a pena arriscar um “sim”, deixando a criança escalar uma pedra, andar em uma mureta, subir em uma árvore. Mas e quando não temos opção, e quando quase tudo o que vemos lá fora são ameaças para a saúde e bem estar de nossas crianças? É justo que sejamos nós os responsáveis por assumir o risco de uma criança ser atropelada, ou que ela fique doente por brincar em uma rua com lixo ou esgoto a céu aberto? Por que nossas cidades não podem ser mais seguras, saudáveis, confortáveis para as crianças, jovens e famílias? Por que elas não podes ser lugares onde podemos dizer, com confiança, mais “sim” do que “não”?

Para nós, essas perguntas inquietantes nos fazem perceber que planejar e&nbsp;construir cidades para o “sim” significa mudar o ponto de vista das nossas tomadas de decisão&nbsp;para acolher bebês, crianças pequenas, adolescentes, jovens, mas também todo o círculo social, de pessoas e de relacionamentos, envolvidos no cuidado dessas crianças. Se queremos criar nossas filhas, sobrinhas e netas a partir de um olhar mais positivo, nossas cidades devem acolher essa perspectiva.

E isso significa planejar para e com uma diversidade enorme de pessoas, de circunstâncias. A criança recém-nascida tem necessidades distintas da criança de 3 ou 6 anos. É pensar na criança de colo e no direito que a mãe tem à amamentação. É perceber que para uma criança de um ano e meio, que está aprendendo a andar, cada pequeno buraco na calçada, cada degrau, pode ser um desafio. E reconhecer que para as crianças maiores cada passo revela a conquista de sua independência e autonomia – e uma conexão com a forma como irão viver a cidade quando adultas.&nbsp;

Assim, pensar a cidade e seus espaços a partir da perspectiva do “sim” é algo que diz respeito a todas as pessoas. É ter como centro das decisões de projeto e investimentos na cidade a família, em suas mais diversas composições. A oportunidade que está posta agora, com tantas entidades defendendo a inclusão dessa perspectiva no planejamento urbano, é de escancarar os argumentos necessários para justificar a urgência dessa cidade para crianças e para todos – e agir. Se é preciso uma aldeia para educar uma criança, também é preciso um esforço coletivo, de diversos atores, para transformar nossas cidades em lugares que nos digam “sim”.

E a “Cidade do Sim”&nbsp;deve ser uma cidade:

SEGURA,porque nela “sim!”, as crianças podem ir a pé sozinhas para a escola, elas podem cruzar a rua com segurança. As crianças e jovens devem ter garantido o direito à vida, nenhuma pessoa deve morrer ou sentir medo nas ruas. É importante que tanto crianças quanto adultos se sintam seguros nos espaços públicos, esse sentimento é a base para a tomada de decisão sobre sair ou não de casa;ACESSÍVEL,porque “sim!”, todas as crianças e pessoas são bem vindas nessa cidade. As crianças e suas famílias devem ter direito de acesso à cidade, e é através das ruas que se dá o acesso aos serviços de saúde, educação, cultura. A “Cidade do Sim” permite que cuidadores caminhem confortavelmente com seus filhos na calçada, e que possam subir em um ônibus com um carrinho de bebê, por exemplo;SAUDÁVEL, porque “sim!”, as crianças podem respirar ar limpo lá fora! A “Cidade do Sim” inspira hábitos ativos e garante qualidade de vida a toda a população. Ela permite que as crianças escolham caminhar ou pedalar para ir a escola, ou que tenham um parque ou praça perto de casa onde possam brincar;LÚDICA,porque “sim!”, nela as crianças (e adultos!) podem mexer, encostar, pegar, sentar, subir, pular…A forma da criança interagir com o mundo, e com as pessoas ao seu redor, é brincando. A cidade pode ser um enorme parque de diversões que estimula o desenvolvimento motor, cognitivo e socioemocional das crianças, oferecendo elementos lúdicos, com diferentes formatos de uso e interações.&nbsp; A “Cidade do Sim”, ao invés de proibir, instiga descobertas e conexões com o ambiente urbano, e entre as pessoas.INSPIRADORA,&nbsp;porque “sim!”, ela tem muito a nos ensinar. Por um lado, as crianças pequenas estão em pleno desenvolvimento de seus sentidos, desenvolvimento cognitivo, motor, e os espaços públicos precisam apoiar esse processo, incentivar descobertas e apoiar a sua autonomia. Por outro, as crianças maiores, com apoio de educadores e famílias, podem usar a cidade como currículo, como local de aprendizagem sobre diversos temas e disciplinas;RESILIENTE, porque ela garante que “sim!” há futuro. Ela oferece espaços e serviços que protegem crianças e famílias enquanto respondem a catástrofes e crises. Ao mesmo tempo, ela incorpora estratégias que garantam um ambiente urbano mais ambiental, social e economicamente sustentável;INCLUSIVA, porque a “Cidade do Sim” acolhe todas as pessoas.As crianças estão aprendendo a ler a cidade, a ler a sociedade, seus hábitos, seus costumes, para então repeti-los. É o início da construção do sentido de coletivo, de pertencimento. A introdução do conceito de diversidade e inclusão deve começar na primeira infância e ser fortalecida ao longo da vida, especialmente através da experiência nas ruas e espaços públicos.

Mas para alcançar a “Cidade do Sim”, devemos repensar o processo de planejamento urbano em si. É importante ressaltar que a perspectiva da criança e das famílias não é apenas uma camada nova de elementos que somamos na cidade existente: é o próprio caminho pelo qual deveríamos repensá-las. É preciso olhar para políticas e projetos públicos de forma abrangente e entender onde e como essa perspectiva deve ser incluída, seja no marco regulatório; nos métodos e sistemas de coletas e monitoramento de dados; na forma como os serviços públicos são oferecidos às famílias; nas práticas de planejamento e projeto de espaços da cidade; nos modelos de governança; e no processos participativos.

Mais do que nunca, queremos reforçar nosso compromisso em construir “cidades do sim”. Nosso manifesto nasce em um momento crítico, em que o “não” ficou mais evidente, onde tanto crianças quanto adultos estão sendo privados de estar lá fora, usando espaços comuns – ou tocando, descobrindo, nos aproximando, abraçando…onde as vulnerabilidades foram escancaradas. Por isso, a “Cidade do Sim” se torna ainda mais urgente. Queremos colocar energia em observar, escutar, pesquisar, dialogar, planejar e compartilhar aprendizados que apoiem políticas e projetos para cidades mais acolhedoras. Acreditamos que o cuidado com as crianças, e com nossas cidades, deve ser socializado – e que temos, todas nós, este dever. Vamos juntas construir “sim´s”?

<a href="https://forms.gle/3WDy9pEBdfBAjFx49">Faça parte desse movimento e assine também!</a>

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A Cidade do Sim - Um manifesto por cidades acolhedoras

A iniciativa "Mobilidade em Transformação: pessoas que movem cidades", fruto da parceria entre Cidade Ativa e Fundação Grupo Volkswagen, visa criar espaços de formação e prototipação para ações que transformem a mobilidade urbana. Iniciada em 2021 como um curso virtual, a iniciativa evoluiu em 2022, ampliando sua frente de assistência técnica focada em concretizar projetos propostos por ex-cursistas.

Uma colaboração significativa dessa trajetória ocorreu em 2022 com a Prefeitura Municipal de Registro. A ação "Ciclofaixa e urbanismo tático", proposta pela Diretoria de Trânsito de Registro-SP durante o curso, expandiu a infraestrutura cicloviária e requalificou espaços públicos através do urbanismo tático, como a "Praça do Tik", agora conhecida como "Boulevard Beira Rio".

Os números evidenciam o impacto positivo dessa intervenção: uma área de 1400 m² ampliada para pedestres, com aumento de 213,50% no uso por pedestres, extensão em 600 m de ciclofaixa em continuidade à ciclovia existente e um crescimento de 46% no uso da ciclofaixa, além de inúmeros mobiliários flexíveis instalados nas área de estar. Adicionalmente, a iniciativa engajou 33 entidades e beneficiou diretamente 11.000 pessoas.

No seu primeiro ano, a assistência técnica se estabeleceu como uma ferramenta essencial para impulsionar intervenções em mobilidade urbana em municípios brasileiros.

Em 2023, a iniciativa apoiou a implementação do "Sistema Cicloviário no Parque Mambucaba", nascido de uma proposta da Diretoria de Segurança e Ordem Pública da Prefeitura de Angra dos Reis/RJ. Este projeto, destacado pelo seu potencial alcance, beneficia 22.000 moradores com a requalificação de 25.000 m² de área (entre calçadas e leito viário), ampliação de 2.200 m lineares de ciclofaixa e intervenções específicas em frente às escolas. Para construir um projeto que refletisse as necessidades da comunidade local, foram conduzidas mais de 30 atividades de engajamento, envolvendo reuniões, apresentações públicas, seminários educativos e eventos lúdicos, alcançando um público de mais de 500 pessoas.

A Assistência Técnica destaca-se por materializar a transformação da mobilidade urbana, catalisando transformações reais nas cidades, em parceria com o poder público, a partir de ações propostas por cursistas que passam pela formação virtual. Ela&nbsp; é pautada por uma atuação conjunta em todas as fases, desde a elaboração de um plano de ação detalhado até a implementação de intervenções físicas, coleta de dados para medição do impacto, e consolidação de aprendizados para a continuidade e ampliação das ações. Ainda, um aspecto presente em todo o processo é a cocriação e validação das propostas com o apoio de técnicos, atores estratégicos e a comunidade local, garantindo a relevância, viabilidade e impacto das intervenções.

Vamos conversar e descobrir novas oportunidades para nossas cidades! Quais transformações da mobilidade você tem presenciado por aí?&nbsp;

Você pode acessar os relatórios e guias das duas ações <a href="https://cidadeativa.org/iniciativa/mobilidade-em-transformacao/assistencia-tecnica-em-registro-sp-e-angra-dos-reis-rj/">aqui.&nbsp;</a>

Transformando a mobilidade em Registro/SP e Angra dos Reis/RJ

A Cidade Ativa, representada pela Mariana, teve a honra de participar do painel “A mobilidade ativa como impulsionadora de cidades vivas” durante o Congresso da ANTP no dia 25/10/2023. Junto a Davi Garcia, da Prefeitura de Fortaleza, Silvia Stuchi, da Corrida Amiga, e Ruth Costa, da UCB, e com a mediação de Meli Malatesta, compartilhamos iniciativas inspiradoras espalhadas pelo Brasil. Nós levamos o&nbsp;<a href="https://cidadeativa.org/iniciativa/mobilidade-em-transformacao/">Mobilidade em Transformação</a>, desenvolvido em parceria com a Fundação Grupo Volkswagen, que aborda a mobilidade urbana de maneira sistêmica, englobando um curso online, assistência técnica e laboratório de mobilidade, que incentiva pessoas a se reconhecerem como agentes de transformação e a tornarem seus projetos realidade junto ao nosso apoio e acompanhamento.

A Prefeitura de Fortaleza compartilhou suas estratégias centrais para priorizar a mobilidade ativa, com foco na redução de velocidades e no redesenho viário, se tornando referência nacional nessa área. Silvia, da Corrida Amiga, compartilhou suas ações de conscientização e mobilização em prol da mobilidade ativa, enfatizando a importância de interagir com escolas e a comunidade. Ruth, por sua vez, trouxe à tona questionamentos cruciais sobre como as políticas públicas e a estrutura do poder público frequentemente não refletem a realidade daqueles que pedalam em territórios periféricos e apresentou ações que a UCB fomenta para transformar esse cenário. Este painel foi um espaço de aprendizado e inspiração, ressaltando a importância de abordagens integradas para a promoção de cidades mais vivas e sustentáveis.

#TBT Cidade Ativa no painel “A mobilidade ativa como impulsionadora de cidades vivas” no Congresso da ANTP

Conceitos e práticas para transformar a mobilidade urbana.

A iniciativa “Mobilidade em transformação: pessoas que movem cidades”, idealizada pela parceria entre Cidade Ativa e Fundação Grupo Volkswagen, oferece espaços de formação e prototipação de ações que transformem a mobilidade urbana. Ela se materializa em diferentes frentes de atuação, incluindo o Curso online “Mobilidade em Transformação”, que aborda de forma dinâmica conceitos e práticas sobre a temática da mobilidade urbana. Criado em 2021, suas três edições envolveram 35 especialistas e já alcançaram cerca de mil participantes, de diversas áreas de atuação em 25 estados brasileiros, resultando em mais de 150 projetos de mobilidade urbana idealizados.&nbsp;

O curso é pautado pelos princípios fundamentais de uma mobilidade urbana inclusiva, segura, saudável e sustentável.&nbsp; Com mais de 80 horas de conteúdo, incluindo videoaulas gravadas e encontros síncronos, os participantes exploram tendências e problemáticas contemporâneas, sendo constantemente provocados a conectar esses conhecimentos com a realidade de suas cidades.

A formação incentiva a ideação de ações tangíveis por meio de projetos finais, buscando transformar o conhecimento adquirido em melhorias concretas nos espaços urbanos através de tipologias de projetos para revisão de programas, políticas e formulação de ações pedagógicas, campanhas e intervenções físicas. Em um ambiente acolhedor propício à troca de experiências, a Cidade Ativa busca construir e sustentar espaços nos quais participantes, agora agentes transformadores da mobilidade urbana, possam ampliar sua atuação nas cidades em que vivem.

“Eu fiquei apaixonada pelo curso. A qualidade didática das aulas, estrutura do material e palestrantes convidados foram impressionantes. Posso falar com segurança que esse foi um dos melhores cursos sobre mobilidade urbana que eu já fiz até hoje, porque vocês ensinam com amor e não deixam a parte técnica e científica ficar de lado.” (Depoimento de cursista).

Te convidamos a fazer parte da nossa comunidade e ficar por dentro do que compartilhamos por aqui!

Clapping Hands

Star-Struck

Curso Mobilidade em Transformação - conceitos e práticas para transformar a mobilidade urbana

A iniciativa "Mobilidade em Transformação: pessoas que movem cidades", resultado da parceria entre Cidade Ativa e Fundação Grupo Volkswagen, proporciona um ambiente dedicado à formação e prototipação de ações que visam transformar a mobilidade urbana em cidades brasileiras.

Para a Cidade Ativa, o Mobilidade em Transformação é um caminho para reforçar o urbanismo como prática que promove a saúde e qualidade de vida, proporcionando oportunidades para que todas as pessoas possam prosperar. É uma busca por consolidar e expandir conceitos e metodologias que abram novos olhares para a mobilidade urbana e para nossas cidades. É um espaço de colaboração em rede, que amplia e fortalece o relacionamento com profissionais diversos e entidades nos campos ligados à mobilidade urbana.&nbsp;

O curso online "Mobilidade em Transformação," inaugurado em 2021, envolveu 35 especialistas, alcançando mais de 900 participantes de diversas atuações em 25 estados brasileiros, resultando em mais de 150 projetos de mobilidade urbana. Ao término do curso, 86% dos cursistas afirmaram ter um bom ou excelente entendimento sobre mobilidade urbana. Ao longo de três anos, foram ofertadas 80 horas de conteúdo inovador, incluindo 14 videoaulas e 70 encontros síncronos.

O vídeo representa o resumo da experiência do primeiro ano do curso. Confira&nbsp;<a href="https://www.youtube.com/watch?v=2eETldyPAag">aqui.</a>&nbsp;Crédito: Cidade Ativa, 2021.

No segundo ano de atuação (2022), além do curso virtual, a iniciativa lançou uma frente de assistência técnica. Este eixo proporciona oportunidades para a aplicação prática dos aprendizados do curso e auxilia na viabilização da implementação de projetos dos participantes. Em Registro, São Paulo, o programa, em 2022, apoiou a construção de 600 metros de ciclofaixas e mais de 1.400 metros quadrados de novas áreas para pedestres, beneficiando diretamente mais de 11 mil pessoas que frequentam o local. Já em Angra dos Reis (RJ), no Parque Mambucaba, 22 mil pessoas serão beneficiadas por 2,3 km de ciclofaixas, 1.580 metros quadrados de espaços para pedestres e 15 novas faixas de pedestres, atualmente em fase de implementação (2023/2024).

Confira o vídeo da intervenção de Registro <a href="https://www.youtube.com/watch?v=of-aC8Xf_AY">aqui</a>.&nbsp;Crédito: Cidade Ativa, 2022.

Em 2023, a iniciativa manteve o curso e a frente de assistência técnica e adicionou um novo eixo: o Laboratório de Mobilidade Urbana. Este laboratório é um espaço para formação continuada de ex-cursistas e foi estabelecido com o objetivo de impulsionar ações concretas a partir das ideias e aprendizados do curso. Nove participantes de cinco estados já passaram pelo laboratório para aprimorar suas propostas de ações de mobilidade em diferentes temas e estágios.

A mobilidade urbana é, em si mesma, uma ideia em constante movimento. Novos conceitos se tornam essenciais para abordar desafios em diferentes contextos, dialogando com uma realidade&nbsp; ampla e complexa, como o território brasileiro. Transformar como nos movimentamos nas cidades requer, portanto, ambientes diversos, colaborativos, e que valorizem a experimentação.

Para isso, o Mobilidade em Transformação tem como objetivo provocar uma mudança profunda em cada&nbsp; pessoa que se dispôs a trilhar essa jornada conosco: transforma saberes e comportamentos, tanto pessoais quanto profissionais. Ele cria espaços de qualidade para tirar essas ideias de mobilidade do papel: gera oportunidades para prototipar, implementar ações e transformar - direta e verdadeiramente - a vida de muitas pessoas. A iniciativa, portanto, é um componente crucial de uma engrenagem que alimenta a criação de conhecimento, sua aplicação e a reflexão sobre essa prática, em um ciclo contínuo.

Como está se transformando a mobilidade de sua cidade? 

Vamos adorar trocar sobre esse tema com você.

Smiling Face with Hearts

Mobilidade em Transformação: Pessoas que movem cidades

Grandes transformações partem de inícios. E estabelecer prioridades é fundamental para saber em que direção se caminha, e sonhar para fora.&nbsp;

Mas sabemos que a vida acontece em continuidade, nas travessias dos dias, na realização dos projetos pessoais e profissionais, nos desconfortos que vêm para nos realinhar com quem somos e jogar luz àquilo que verdadeiramente queremos. É este conjunto de movimentos que nos levam aos desejos, que nos fazem avançar pelo caminho ininterrupto dos anos. É para isso que as pausas e recomeços são celebrados: para renovar os fôlegos e nos recobrar atenção.

A Cidade Ativa entra em 2024 com valores e missão revisados e reafirmados. No ano em que completamos 10 anos de atuação, queremos seguir ‘dando tamanho às emoções’, como diria Valter Hugo Mãe, ao criar um novo ciclo de expansão. Neste trabalho de essência ativista, não há espaço para desânimo. Não quando já vivemos de forma mais recorrente os eventos extremos provocados pela mudança climática, e com tanto ainda a se fazer por uma inversão de prioridades de modais de transporte ativos e coletivos sobre o individual. Não enquanto caminhar ou pedalar pelas ruas ainda nos arrancar, através de uma violência assoladora, o direito de circular com segurança, fazendo mulheres como a cicloviajante e artista circense Julieta Martínez somarem como vítimas de feminicídio. Não enquanto o planejamento das nossas cidades, desonrando suas origens, continue negando saúde e qualidade de vida a todas as pessoas. Não enquanto o brincar, o socializar, e o aprender não sejam priorizados no desenho de cada rua e espaço público.

Tudo está entrelaçado. E há um desejo coletivo e urgência em mudar tudo. Em trazer humanidade e sustentabilidade para nossos dias, nossas cidades. Ítalo Calvino diria que “de uma cidade não aproveitamos as suas sete ou setenta maravilhas, mas as respostas que nos dá às nossas perguntas”.&nbsp; Por aqui, seguiremos buscando respostas e provocando transformações.&nbsp;